05 agosto 2006

4 de Agosto de 2006

Volto a citar o site da Ordem dos Advogados, que reproduz a notícia publicada no «Correio da Manhã»

Bastonário afasta cenário de eleições antecipadas
CM 02-08-2006

«Um dia depois de ter sido conhecida a pena de censura aplicada pelo Conselho Superior da Ordem dos Advogados a José Miguel Júdice, o bastonário Rogério Alves pronunciou-se, pela primeira vez, sobre o polémico julgamento do seu antecessor, realizado a 21 de Julho, que classificou como “um incidente processual desagradável”.
Em conferência de Imprensa realizada ontem à tarde, Rogério Alves considerou que “os órgãos da Ordem mantêm toda a sua legitimidade” e afastou a possibilidade de encetar diligências no sentido de convocar eleições antecipadas: “Não faz nenhum sentido convocar uma assembleia de advogados extraordinária”.
O bastonário da Ordem dos Advogados acusou, aliás, alguns apoiantes de Júdice de tentarem desestabilizar a instituição.
“Quem procura desestabilizar a Ordem é quem, a pretexto dos processos instaurados ao dr. José Miguel Júdice, aproveita para pôr em causa a legitimidade da Ordem”, afirmou Rogério Alves, manifestando-se convicto de que esta não foi uma intenção do seu antecessor. Questionado sobre a quem se referia, o bastonário referiu os nomes de João Correia e Paula Teixeira da Cruz que, no final do julgamento, admitiram que a convocação de eleições antecipadas era uma hipótese a ponderar, e ainda de Pereira da Rosa, que já manifestou a intenção de se candidatar a bastonário.
Rogério Alves reafirmou que os 30 minutos concedidos pelo Conselho Superior a José Miguel Júdice para as alegações em julgamento é o tempo consignado no Estatuto da Ordem, refutando a acusação de terem sido negadas as garantias de defesa ao antigo bastonário.
Recorde-se que os conselheiros abandonaram a sala quando terminaram os 30 minutos, mas Júdice continuou a falar durante mais duas horas para as cadeiras vazias.
O bastonário recusou comentar o comportamento de José Miguel Júdice, admitindo, porém, que o antecessor teve uma “declaração infeliz”, quando afirmou que o relator Alberto Jorge Silva não tinha “condições éticas, jurídicas ou psicológicas nem para julgar uma manada”.
“Mas eu não avalio o dr. José Miguel Júdice por uma, duas ou três expressões proferidas em momentos de grande tensão”, frisou.Rogério Alves reiterou que não se recandidatará, e recusou comentar as já anunciadas candidaturas de Pereira da Rosa e António Vilar.>
Publicado no Correio da Manhã a 2 de Agosto de 2006, por Ana Luísa Nascimento»
O meu único comentário é este: em minha opinião Rogério Alves foi mesmo um erro da casting...
Algum advogado aceita que o seu Bastonário possa defender que as alegações orais devem limitar-se ao tempo previsto na lei, mesmo no casos em que o bom senso manda que elas se alarguem?
Como Bastonários assim, a advocacia não precisa de ter inimigos.
Os meus pedidos de desculpa a todos os juizes que, ao longo das últimas três décadas, me pediram para ser sintético, sem nunca nunca me terem retirado a palavra.
Em casos bem mais simples já fiz alegações de cinco horas.
Se o Rogério Alves fosse juiz isso seria impossivel.
Portanto, estou disponível para assinar o pedido de convocação de assembleia extraordinária, visando por termo a esta situação...
Se eram meia dúzia os contestatários, passaram agora a ser sete.

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